Sistema Renal e Exercício
A
maioria das células produzem uma variedade de resíduos que tornam-se tóxicos ao
se acumularem. Fluidos corporais como sangue e linfa transportam resíduos dos
tecidos (Guyton e Hall, 1997).
Ainda segundo o autor, o sistema renal além de eliminar
excesso de íons e resíduos tóxicos, contribui para manter normal as
concentrações de água e eletrólitos nos fluidos corporais, regula o PH e volume
de fluidos corporais e ajuda a controlar a produção de células vermelhas do
sangue e pressão arterial.
O sistema renal é composto por um par de rins, um par de
ureteres, a bexiga e a uretra (Guyton e Hall, 1997). A seguir suas funções:
Rins
à removem substâncias do sangue, formam a urina e ajudam a
regular determinados processos metabólicos;
Ureteres
à fazem o transporte da urina a partir dos rins;
Bexiga
à armazena urina;
Uretra
à conduz a urina para fora do organismo.
A grande importância dos rins para o organismo se dá a partir
da manutenção da homeostase através da regulação da composição, volume e do PH
do fuido extracelular. Além disso, desempenha outras funcionalidades como
secretar o hormônio eritropoietina para ajudar a controlar a taxa de produção
de hemácias; auxiliar na ativação de vitamina D e a secretar a enzima adenina o
que colabora para manter o volume de sangue e a pressão sanguínea. A
eritropoietina é um hormônio produzido em seres humanos e animais (pelos rins e
fígado) que regula a eritropoiese (Berne e Levy, 1996).
Os néfrons são pequenas unidades funcionais
e estruturais presentes na estrutura renal. Cerca de 1 milhão dessas unidades
processadoras de sangue, está presente em cada um dos rins e são os
responsáveis por realizar os processos que formam a urina. Além disso, existem
milhares de ductos coletores, que coletam líquido de diversos néfrons e
transportam para a pelve renal.
A
seguir os vasos sanguíneos renais:
A arteríola eferente (menor diâmetro)
resiste ao fluxo sanguíneo em certa medida, o que faz o retorno de sangue para
o glomérulo, aumento da pressão no interior do capilar glomerular. O aparelho
justaglomerular é o segmento formado por células justaglomerulares (na parede
das arteríolas) mais a mácula densa (na parede do túbulo contornado distal) (Berne
e Levy, 1996).
Segundo o autor, sabe-se que os
capilares enovelados do glomérulo, onde o sangue circula em alta pressão,
deixam parte deste extravasar para a cápsula renal, esse líquido extravasado
composto por aminoácidos, glicose, íons, uréia, creatinina, ácido úrico e água
é denominado filtrado glomerular.
Quanto as idéias de Guyton e Hall
(1997), a formação da urina se dá através de 3 fases:
1. Filtração glomerular: cerca de 180 L
sangue / 24 horas;
2. Reabsorção tubular;
3. Secreção tubular.
Obs.:
O túbulo proximal reabsorve cerca de 65 % do filtrado glomerular.
Urina
A regulação da taxa de filtração
glomerular (TFG), ocorre através de mecanismos intrínsecos (autorregulação –
feedback miogênico e tuboglomerular) e da regulação extrínseca (controle do
sist. nervoso parasimpático e secreção da renina).
Acrescendo
o elemento do exercício físico ao assunto abordado, a ilustração abaixo
demonstra a variação do fluxo sanguíneo renal durante repouso e o exercício:
Em
condições normais:
è PA = cerca de 120 milímetros de mercúrio;
è Diâmetro da arteríola aferente:
normal;
è Pressão hidrostática glomerular:
normal;
è TFG: normal (125 mL / min)
No
exercício:
è PA aumenta para 140 mm de Hg;
è Se a arteríola aferente continuar a
ter o diâmetro normal, o aumento na pressão hidrostática glomerular vai
provocar um aumento na TFG para 146 mL / min.
Continuando este aumento, causará
rapidamente desidratação grave.
No feedback miogênico: redução do
diâmetro da arteríola aferente, além da redução do fluxo sanguíneo glomerular
para evitar a perda extensa de fluido. A pressão arterial sistêmica permanece
elevada devido ao exercício.
No período de descanso, a PA pode
baixar para 100 mm de Hg, ou se o diâmetro da arteríola aferente continuar
normal, diminui-se o fluxo sanguíneo, a pressão hidrostática glomerular e a
TFG.
Na regulação extrínseca: as fibras
nervosas simpáticas inervam todos os vasos sanguíneos extrínsecos dos rins. Na
atividade diária normal a influência é mínima. Já em períodos de estresse extremo
ou a perda sanguínea, ocorre a estimulação simpática que substitui os
mecanismos autorregulatórios dos rins. Com isso temos o aumento da descarga
simpática (intensa constrição de todos os vasos sanguíneos renais), a atividade
do rim é reduzida ou suspensa temporariamente e acaba diminuindo a perda de
fluidos, mantendo assim a pressão arterial e um maior volume sanguíneo para
outras funções vitais.
REFERÊNCIAS
BERNE, R.M.; LEVY, M.N. Fisiologia. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1996.
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de fisiologia médica. 9.ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 1997.
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