domingo, 23 de junho de 2013

Altitude e Mergulho


Quando um indivíuo fica exposto a altitude, logo em seguida seu organismo começa a ter respostas fisiológicas. Essas respostas fisiológicas são decorrentes da pressão encontrada acima do nível do mar, incluindo menor P02 ambiente. Podemos dizer que o processo de adaptações produzidas por mudanças no meio ambiente natural, seja qual foi o motivo, classificamos como aclimatação. Diferente de aclimação, que são as adaptações geradas em um ambiente laboratorial controlado que acabam por simular situações de altitude, microgravidade, entre outros.



As repostas do organismo, logo após estar exposto a altitude incluem o aumento no impulso respiratório para produzir a hiperventilação e o aumento no fluxo de sangue durante o repouso e exercício submáximo. Temos, portanto como resposta mais importante a hiperventilação, decorrente da baixa PO2 arterial (altitudes acima de 2000m). A partir disso, são estimulados quimiorreceptores que se localizam no arco aórtico e ramificações das artérias carótidas no pescoço, fazendo com que ocorra mudança na mecânica inspiratória, aumentando a ventilação alveolar. Isso gera um aumento da PO2 e, consequentemente facilitamos a fixação ou captura do oxigênio nos pulmões.


Os ajustes em longo prazo da exposição à altitude incluem a regulação do equilíbrio acidobásico dos líquidos do corpo que são alterados pela hiperventilação, síntese de hemoglobina e hemácias e alterações na circulação local e na função celular aeróbia, juntamente com a atividade neuro-humoral simpática aumentada refletida por uma maior quantidade de norepinefrina que alcança um pico no prazo de uma semana.

Relação das capacidades fisiológicas e metabólicas com o exercício em altitude

A altitude interfere fortemente no desempenho do atleta, em consumo de oxigênio máximo (VO2) este mesmo nota uma redução muito mais acentuada do que uma pessoa destreinada. Essa queda está diretamente ligada a características individuais, tais como: massa corporal magra, capacidade aeróbica ao nível do mar e baixo limiar de lactato ao nível do mar. Podemos identificar que após meses de aclimatação à hipóxia, o consumo máximo de oxigênio na altitude ainda é inferior quando comparado ao nível do mar, isso é resposta da capacidade circulatória reduzida (gerado por volume cardíaco e sistólico máximos reduzidos) que anula efeitos hematológicos da aclimatação.



Quando observamos as respostas do organismo ao exercício submáximo em altitude, constatamos a elavação do DC submáximo, porém este efeito diminui a medida que a aclimatação continua e não gera melhora à exposição prolongada. Além disso, a exposição prolongada gera menor VS que, consequentemente, diminui a DC do exercício.

Já no exercício máximo em altitude o DC máximo cai após uma semana em altitudes acima de 3048m e se mantem baixa por todo o período de permanência.  A resposta cardíaca (fluxo sanguíneo reduzido durante o exercício máximo resulta do efeito combinado de FC máxima e VS que continuam a diminuir) não é resultado da hipóxia miocárdica. O volume plasmático reduzido e a resistência vascular periférica total aumentada contribuem para o VS máximo reduzido.



Devemos entender que de acordo com McArdle, William D (2011) a exposição a sete dias na altitude, 4 horas por dia, seja com ou sem atividade,  vai aprimorar o desempenho  e induz adaptações durante o exercício com um ritmo constante em altitude de 4300m. Isso inclui uma eficiência muscular aprimorada ao nível mitocondrial e a capacidade de tolerar a produção do lactato. Além devemos entender que mesmo com a falta do aumento de VO2 máximo, temos pequenas melhoras na endurance durante a aclimatação, isso inclui a ventilação pulmonar minuto aumentada, a saturação do oxigênio arterial e funções era aeróbias celulares aprimoradas e o diminuição da resposta do lactato sanguíneo no exercício.


Mergulho
O processo que ocorre no mergulho é o contrário do que acontece na altitude. Quando submerso a pressão acaba se tornando maior e esse fator faz com que haja uma significativa redução do volume pulmonar. Logo, como a pressão aumente, podemos dizer que o indivíduo em exercício ao ar livre tem FC menor do que o indivíduo submerso, pois a alta pressão faz com que aumente o esforço do coração para bombear mais sangue. 


Além do mais, a relação pressão com volume pulmonar é inversamente proporcional. Podemos entender então que caso a pressão, por estar submerso, dobre o volume pulmonar será reduzido à metade.

Referência:

McArdle, William D. Fisiologia do exercício : nutrição, energia e desempenho humano / William D. McArdle, Frank I. Katch, Victor L. Katch ; traduzido por Giuseppe Taranto. - Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2011. il.










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