domingo, 23 de junho de 2013

Regulação da Ventilação e Exercício

O aumento de ventilação durante a atividade física (hiperpneia) não é controlado exclusivamente pela estimulação química nem por outro mecanismo isolado. Um outro controle, retroalimentação (feedback) da ventilação em repouso através de mecanismos mediados pelo oxigênio e pelo dióxido de carbono, também não consegue explicar de maneira correta a hiperpneia do exercício. Com um aumento na intensidade do exercício, a PO2 alveolar (arterial) não diminui até o ponto de aumentar a ventilação com o estímulo dos quimiorreceptores. A ventilação pulmonar durante o exercício está ligada ao metabolismo, sendo proporcional ao consumo de oxigênio e a produção de dióxido de carbono. Durante o exercício intenso com seu componente anaeróbico grande, conhecido como acúmulo de lactato, as concentrações de PO2 alveolar (médias de 40mmHg) no dióxido de carbono e no H+ proporcionam um aumento na ventilação (McArdle, Katch e Katch, 2011).
Além dos fatores químicos citados, temos três fatores reguladores não químicos que ajustam a ventilação ao exercício:
- Influência cortical: a ativação cortical como antecipação do exercício, assim como o fluxo anterógrado proveniente do córtex motor quando o exercício começa;
- Influência periférica: o influxo sensorial periférico proveniente dos quimio e mecanorreceptores presentes nas articulações, músculos e tendões;
- Influência da temperatura: a elevação na temperatura corporal;
Com excessão da hipertermia, a influência da temperatura é baixa sobre a regulação ventilatória durante o exercício, uma vez que o aumento da ventilação no início da atividade e seu declínio durante o processo de recuperação ocorre de maneira tão rápida que não é possível que algum controle demonstre alterações na temperatura central (McArdle, Katch e Katch, 2011).

Sabe-se que durante o exercício “os efeitos simultâneos e combinados de vários estímulos químicos e neurais iniciam e modulam a ventilação alveolar do exercício do exercício”. A resposta ventilatória ao exercício ocorre em três fazes. Na fase I, o estímulo cortical mais o feedback proveniente dos membros ativos acarretam o aumento brusco na ventilação ao início do exercício. A segunda fase (fase II), é caracterizada pelo aumento exponencial da ventilação até ela alcançar um nível estável relacionado com as demandas do exercício. Já a fase III envolve uma sincronia da ventilação estável através de mecanismos sensoriais periféricos de retroalimentação (McArdle, Katch e Katch, 2011).

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