domingo, 16 de junho de 2013

Gônadas e Exercício


Ao contrário de outros sistemas orgânicos, cujos componentes mantêm uma relação anatômica direta, o sistema endócrino é formado por vários órgãos que se situam em várias partes do corpo, os quais não têm uma relação ou continuidade anatômica: hipotálamo, hipófise, tireóide, paratireóides, pâncreas, supra-renais e as gónadas (os testículos no homem e os ovários na mulher) (Guyton e Hall, 1997).
Conforme GUYTON e HALL (1997), as gônadas são as glândulas sexuais dos seres humanos. São representadas pelos ovários nas mulheres e pelos testículos nos homens. São responsáveis pela produção de gametas e liberam importantes hormônios relacionados ao desenvolvimento sexual e a função reprodutiva. Os ovários, sob o comando de outras glândulas como a hipófise e o hipotálamo produzem hormônios como os estrogênios e a progesterona, que são os responsáveis pelo funcionamento harmonioso do ciclo menstrual. Os testículos produzem a testosterona, responsável pelos caracteres sexuais masculinos.
Hormônio presente em quantidades dez vezes superiores em homens do que em mulheres, é conhecido como o hormônio masculino. Sua produção acontece, na maioria, nos testículos. Suas funções são a espermatogênese, o desenvolvimento de características sexuais secundárias, como a voz grave e os pêlos corporais. Seus efeitos são associados, em parte, com a retenção de proteínas pelos músculos e desenvolvimento da massa muscular, principalmente em atletas submetidos a treinamento de força. A testosterona é responsável ainda, pelo crescimento da próstata, pela libido e pelo desenvolvimento de glândulas cutâneas, responsáveis pela acne e pelo odor corporal (Guyton e Hall, 1997).
Sabe-se que o exercício intenso, como o de velocistas, eleva os níveis de testosterona, como maneira de auxiliar o GH na síntese muscular. Em indivíduos destreinados, mesmo o exercício aeróbico moderado contribui para a sua elevação (pois a musculatura desses indivíduos muitas vezes não é adequada, e o exercício teria que acarretar hipertrofia mesmo em intensidades mais baixas). Assim como o GH, a testosterona exógena é amplamente utilizada como “doping” (esteróides anabolizantes), como forma de promover o desenvolvimento muscular e a diminuição da gordura tanto em mulheres quanto em homens atletas. Riscos relativos à sua utilização ilícita podem incluir danos e tumores no fígado, decorrentes de hepatite química, cardiomiopatia (músculo cardíaco doente) e drásticas alterações de personalidade (Berne e Levy, 1996).
Fazem parte do grupo dos estrogênios o estradiol, o estriol e a estrona e os prostagênios, progesterona e 17 hidroxiprogesterona, que são produzidos nos ovários e são considerados hormônio femininos. Eles são responsáveis pela regulação da menstruação e ajustes fisiológicos que ocorrem durante a gestação. Os estrogênios também estimulam a deposição de gordura corporal, como forma de preparar o corpo da mãe para a gravidez, e estimula o desenvolvimento de características sexuais femininas. Sua regulação é relacionada com o FSH e o LH e depende também da época da vida, assim como a testosterona (Berne e Levy, 1996).
Algumas disfunções nos ovários vão se manifestar de acordo com a idade em que ocorrem. Se ocorrer um mal funcionamento desta gônadas na infância a menina apresentará atraso ou avanço da puberdade, se ocorrer o distúrbio na fase adulta os sintomas serão irregularidade menstrual e/ou infertilidade. Outra condição que representa a falência dos ovários é o climatério (popularmente conhecido como menopausa), sendo que após a menopausa a mulher fica bem mais propensa a fraturas (devidas à osteporose que pode se instalar) e também a doenças cardiovasculares. Bastante comum também é a tensão pré-menstrual, que às vezes gera alterações psicoemocionais sérias, e para a qual a utilização de recursos terapêuticos pode ser necessária (Guyton e Hall, 1997).
Quanto aos testículos, também existem os sintomas de mal funcionamento na infância e na fase adulta. Se ocorrer disfunção nos meninos, estes apresentarão alterações da puberdade. Já em homens, as disfunções testiculares se caracterizam por desânimo, redução na libido e ocasionalmente infertilidade e impotência (Guyton e Hall, 1997).

REFERÊNCIAS
BERNE, R.M.; LEVY, M.N. Fisiologia. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996.

GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de fisiologia médica. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997.

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