Ao
contrário de outros sistemas orgânicos, cujos componentes mantêm uma relação
anatômica direta, o sistema endócrino é formado por vários órgãos que se situam
em várias partes do corpo, os quais não têm uma relação ou continuidade
anatômica: hipotálamo, hipófise, tireóide, paratireóides, pâncreas,
supra-renais e as gónadas (os testículos no homem e os ovários na mulher) (Guyton e Hall, 1997).
Conforme GUYTON e HALL (1997), as gônadas são as glândulas
sexuais dos seres humanos. São representadas pelos ovários nas mulheres e pelos
testículos nos homens. São responsáveis pela produção de gametas e
liberam importantes hormônios relacionados ao desenvolvimento sexual e a função
reprodutiva. Os ovários, sob o comando de outras
glândulas como a hipófise e o hipotálamo produzem hormônios como os estrogênios
e a progesterona, que são os responsáveis pelo funcionamento harmonioso do
ciclo menstrual. Os testículos produzem a testosterona, responsável pelos
caracteres sexuais masculinos.
Hormônio presente em quantidades dez
vezes superiores em homens do que em mulheres, é conhecido como o hormônio
masculino. Sua produção acontece, na maioria, nos testículos. Suas funções são
a espermatogênese, o desenvolvimento de características sexuais secundárias,
como a voz grave e os pêlos corporais. Seus efeitos são associados, em parte,
com a retenção de proteínas pelos músculos e desenvolvimento da massa muscular,
principalmente em atletas submetidos a treinamento de força. A testosterona é
responsável ainda, pelo crescimento da próstata, pela libido e pelo
desenvolvimento de glândulas cutâneas, responsáveis pela acne e pelo odor
corporal (Guyton e Hall, 1997).
Sabe-se que o exercício intenso, como
o de velocistas, eleva os níveis de testosterona, como maneira de auxiliar o GH
na síntese muscular. Em indivíduos destreinados, mesmo o exercício aeróbico
moderado contribui para a sua elevação (pois a musculatura desses indivíduos
muitas vezes não é adequada, e o exercício teria que acarretar hipertrofia
mesmo em intensidades mais baixas). Assim como o GH, a testosterona exógena é
amplamente utilizada como “doping” (esteróides anabolizantes), como forma de
promover o desenvolvimento muscular e a diminuição da gordura tanto em mulheres
quanto em homens atletas. Riscos relativos à sua utilização ilícita podem
incluir danos e tumores no fígado, decorrentes de hepatite química,
cardiomiopatia (músculo cardíaco doente) e drásticas alterações de personalidade
(Berne e Levy, 1996).
Fazem parte do grupo dos estrogênios o
estradiol, o estriol e a estrona e os prostagênios, progesterona e 17
hidroxiprogesterona, que são produzidos nos ovários e são considerados hormônio
femininos. Eles são responsáveis pela regulação da menstruação e ajustes
fisiológicos que ocorrem durante a gestação. Os estrogênios também estimulam a
deposição de gordura corporal, como forma de preparar o corpo da mãe para a
gravidez, e estimula o desenvolvimento de características sexuais femininas.
Sua regulação é relacionada com o FSH e o LH e depende também da época da vida,
assim como a testosterona (Berne e Levy, 1996).
Algumas disfunções nos ovários vão se manifestar de acordo
com a idade em que ocorrem. Se ocorrer um mal funcionamento desta gônadas na
infância a menina apresentará atraso ou avanço da puberdade, se ocorrer o
distúrbio na fase adulta os sintomas serão irregularidade menstrual e/ou
infertilidade. Outra condição que representa a falência dos ovários é o
climatério (popularmente conhecido como menopausa), sendo que após a menopausa
a mulher fica bem mais propensa a fraturas (devidas à osteporose que pode se
instalar) e também a doenças cardiovasculares. Bastante comum também é a tensão
pré-menstrual, que às vezes gera alterações psicoemocionais sérias, e para a
qual a utilização de recursos terapêuticos pode ser necessária (Guyton e Hall, 1997).
Quanto aos testículos, também existem os sintomas de mal
funcionamento na infância e na fase adulta. Se ocorrer disfunção nos meninos,
estes apresentarão alterações da puberdade. Já em homens, as disfunções
testiculares se caracterizam por desânimo, redução na libido e ocasionalmente
infertilidade e impotência (Guyton e
Hall, 1997).
REFERÊNCIAS
BERNE,
R.M.; LEVY, M.N. Fisiologia. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996.
GUYTON,
A.C.; HALL, J.E. Tratado de fisiologia médica. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1997.
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